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CRESCIMENTO ECONÓMICO
CRESCIMENTO ECONÓMICO

INTRODUÇÃO

O presente artigo é um esboço relativo quanto ao crescimento económico como fenómeno moderno e suas características.

Entretanto, o crescimento económico como fenómeno moderno, pode ser definido como sendo o aumento sustentado de uma unidade económica durante um ou vários períodos longos. A sua avaliação faz-se através da análise de certos índices: Produto Interno Bruto (PIB) ou Produto Nacional Bruto (PNB).

O termo crescimento distingue-se de desenvolvimento por significar um aumento quantitativo da produção, cujas consequências serão o enriquecimento da nação e a elevação do nível de vida, mas sem a preocupação da melhoria das condições de vida da sociedade. Contrapõe-se, por isso, ao desenvolvimento, que, para além do crescimento propriamente dito, pressupõe a sua repercussão sobre a qualidade de vida das pessoas e sobre o sistema social em geral. Ou seja, toma em atenção a estrutura de repartição dos rendimentos a par do aumento do PNB.

  

A problemática do crescimento económico como fenómeno moderno e do desenvolvimento

 A problemática do crescimento económico e do desenvolvimento constitui uma das preocupações fundamentais para a Humanidade e, por isso, devem ser encontradas soluções para que as populações possam ter acesso a uma maior diversidade de bens e serviços e um melhor nível de vida e bem-estar.

Uma das causas que impulsionou o crescimento e desenvolvimento dos países foi a globalização permitindo a ascensão de alguns países subdesenvolvidos a países desenvolvidos, como a China e a Índia.

Actualmente, não existe uma distribuição equilibrada da riqueza e, por vezes, é confundido o conceito de crescimento económico com desenvolvimento.

Quando existe um aumento da capacidade produtiva (mais fábricas, mais geração de energia, mais empregos, maior investimento) numa determinada sociedade, falamos de crescimento económico.

Por outro lado, o desenvolvimento corresponde a uma noção qualitativa que exprime o nível de bem-estar de uma população (condições de saúde, educação, habitação, higiene), usando como referências os indicadores sociais, culturais, políticos e económicos.

A China é um país que tem apresentado um acentuado crescimento económico, contudo não podemos considerá-la um país desenvolvido, pois, apesar de possuir uma enorme riqueza não a aplica correctamente: não existe liberdade dos seus cidadãos, há uma elevada taxa de mortalidade, existe um elevado número de crianças a serem exploradas e muitas famílias vivem em condições precárias.

Assim, para avaliarmos correctamente o crescimento económico e o desenvolvimento de um país utilizamos indicadores simples ou compostos. São exemplos de indicadores simples o PIB per capita (indicador simples económico), que revela o valor médio de riqueza por habitante; a esperança média de vida à nascença (indicador simples demográfico), que evidencia o nível de saúde de uma população; a taxa de analfabetismo (indicador simples sócio-cultural); a democracia política (indicador simples político-social), entre outros.

Relativamente aos indicadores compostos temos como exemplos o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano; o IPH – Índice de Pobreza Humana; e o IEG – Índice de Equidade de Género.

Estrutura

 O Crescimento Económico como fenómeno moderno encontra-se estruturado em etapas no seu processo:

 1 - A sociedade tradicional;

2 - As condições prévias do arranque;

3 - O arranque (take off);

4 - A maturidade;

5 - O consumo de massa.

 Características

 Como suas principais características, consideramos que o crescimento de uma economia é indicado:

 Pela quantidade de recursos próprios que possui,

Pelo índice de crescimento da força de trabalho,

Pela proporção da receita nacional poupada e investida e

Pelo grau de aperfeiçoamento tecnológico.

Ou seja, invocando os factores de produção - Terra, Trabalho, Capital e Conhecimento - pelos recursos naturais que possui, pela quantidade e qualidade do trabalho que consegue absorver, pelo nível de poupança e de investimento produtivo e, cada vez mais nos tempos actuais, pelo nível de conhecimento tecnológico que consegue desenvolver em prol da produtividade.

Teorias do Crescimento Económico

Existem várias teorias de crescimento económico: a corrente clássica (Adam Smith, David Ricardo, Thomas Malthus), a corrente Keynesiana (Damodar-Harrod, Kaldor), a corrente neo-clássica (Solow), crescimento endógeno (Lucas e Romer), entre outras mais recentes.

 Corrente Clássica

A corrente clássica, do século XVIII e XIX defendia um limite máximo ao crescimento, imposto pelos limites da terra arável. Thomas Malthus defendia que o crescimento das nações se assemelhava às tribos: cresciam em população até um ponto onde se tornava insustentável (por não haver comida, espaço, roupa para todos), onde a guerra, doença ou emigração diminuiam a população, começando novamente o aumento da população. David Ricardo defendia que a terra arável apresentava rendimentos marginais decrescentes, devido ao desgaste dos nutrientes, e esse factor limitava o crescimento das nações até um ponto de "steady state", onde não era possível crescer mais.

 Corrente Keynesiana

A corrente keynesiana, ilustrada pelo modelo de crescimento de Damodar-Harrod, baseia-se na ideia que há uma relação direta entre o nível de investimentos (em capital físico, ou formação bruta de capital fixo), poupança de um país e o ritmo de crescimento de seu PIB. Este modelo assume que os principais decisores da taxa de crescimento dos países são os investidores. Aqui os investidores decidem o seu nível de investimento conforme as suas expectativas (animal spirits de Keynes) e essas expectativas vão ditar os níveis de investimento do longo prazo. Não há equilíbrio neste modelo.

Corrente Neoclássica

O Modelo de Solow cria uma relação entre o PIB per capita, também denominado como Produto, ou Y nas fórmulas, e o capital físico. Existem duas versões principais deste modelo: sem progresso técnico e com progresso técnico. Nesta corrente o crescimento é explicado por uma variável exógena (o resíduo de Solow), e assume sempre que há um limite máximo ao crescimento, denominado de "steady-state", onde o crescimento real do PIB é igual ao crescimento da população (o que implica que o PIB per capita se mantenha constante). No entanto, no modelo de Solow com progresso técnico quando o PIB está no ponto de "steady state" está a crescer à taxa de crescimento da população somada da taxa de progresso técnico. Já o PIB per capita cresce à taxa de progresso técnico.

Crescimento Endógeno

Rebelo, um economista português, criou o primeiro modelo de crescimento endógeno, isto é, um modelo onde o crescimento é explicado pelo próprio modelo, ao contrário do modelo neoclássico, onde o crescimento é um dado exógeno. Este salto é dado com uma alteração de perspectiva sobre o capital. Com o modelo AK, Rebelo assume que o capital da função produção do país é a soma do Capital físico com o capital humano, havendo assim rendimentos constantes à escala, e por consequência, crescimento económico.

Intervenção do Estado no crescimento

Quando a capacidade produtiva de um país está sendo subutilizada, pode-se obter - mediante medidas governamentais de estímulo - por curtos períodos de tempo, um crescimento causado por uma melhor utilização da capacidade produtiva já existente. Mas esse crescimento de curto prazo, apelidado de vôo de galinha, não se sustenta se não for acompanhado, simultaneamente, por novos investimentos na produção.

Um dos países que mais tem crescido nas últimas décadas, de forma sustentada e é sempre olhado com inveja pelos demais, é a China, que manteve uma taxa de crescimento médio de seu PIB de 11,45% a.a. entre 1991 e 2003. No mesmo período o Mundo cresceu, em média, 4,41% a.a. e o Brasil apenas 1,98% a.a.

Uma rápida análise dos dados macroeconomicos na China nos explica o por quê desse forte e contínuo crescimento: a taxa de investimento (FBKF- formação bruta de capital fixo) na China foi acima de 28%, em média, nos anos 80 - e desde então tem aumentado ainda mais, atingindo patamares acima dos 40% nos anos 2002 e 2003.

A comparação com o Brasil deixa evidente o por quê do Brasil não crescer como a China: Em 2007 IBGE recalculou as seguintes taxas de investimento no Brasil: em 2005 foi de 16,3% do PIB. Em 2004, 16,1%. Em 2003, 15,3%. Em 2002, 16,4%. Em 2001, 17% e em 2000 16,8%, quase e metade das taxas chinesas.[1]

O comportamento da taxa de poupança da China revela comportamento similar à da taxa de investimento (FBKF) no período de 1980 a 2003, saindo de uma média de 35% nos anos 80 para um patamar acima dos 40% na década de 90 e início do novo século.[2]

Portanto, aumentar o ritmo de crescimento do PIB brasileiro - que já foi dos maiores do Mundo, até 1980, e desde então é dos menores - devemos tomar medidas para aumentar sua taxa de investimento (FBKF).[3]

            Políticas de promoção do crescimento

Para aumentar o crescimento de uma economia , o governo deverá adaptar as seguintes medidas:

 Promoção da educação, quer a nível do ensino tradicional, quer através da promoção de programas específicos de formação profissional .

Promover mais e melhores cuidados de saúde preventivos, para assegurar o aumento da assiduidade ao trabalho.

Criar condições, para reter o capital humano existente, evitando a fuga de quadros qualificados, para outros países.

  • Promoção de actividades geradoras de externalidades positivas, como o desenvolvimento de produtos, desenvolvimento de novas tecnologias e promover a investigação aplicada
  • Promoção da eficiência dos mercados:

Políticas de promoção de concorrência;

Fornecimento de bens públicos ;

Eliminar externalidades negativas;

Eliminação dos efeitos negativos, provocados pela intervenção do estado;

Desigualdades sociais

Para haver crescimento económico deve-se ter, num primeiro momento, uma concentração de riquezas na mão de uma minoria socialmente privilegiada. As pessoas que normalmente afirmam isso acreditam que em um segundo momento o "bolo" seria então divido, o que viria finalmente a beneficiar todos os integrantes daquela população.

Franco explica que este pensamento, comum nos meios empresariais, é embasado pela crença de que, supostamente, alguns poucos devem prosperar para então oferecer emprego aos demais integrantes da sociedade. "A natureza, a educação ou o acaso" seriam o que permite a alguns poucos "a missão de gerar riquezas", enquanto aos demais a função secundária de subordinar-se a estes, os provedores de emprego.

Justamente esta concepção, conclui Franco, é o que faz com que o status quo não se altere. Criando a ilusão de uma elite provedora e de uma coletividade incapaz de empreender e gerar riqueza.

 

CONCLUSÃO

O crescimento económico como fenómeno moderno é um factor importante e muito usado, pois está associados a conceitos como ‘recessão’, 'contracção', ‘estagnação’, etc.

De facto, para que haja ‘recessão’ do ponto de vista técnico, são necessários dois trimestres consecutivos de queda no PIB. Ou seja, não houve crescimento económico, antes pelo contrário.

Pode porém acontecer uma situação em que a actividade económica não variou dum trimestre para o outro e neste caso o crescimento económico é nulo.

Privilegiando o quantitativo, os autores clássicos ignoram o desenvolvimento global da sociedade, cuja política deverá ser autónoma. Já sabemos que um crescimento desmedido, sem uma política de desenvolvimento capaz que o suporte, leva a situações que negam o próprio crescimento; a poluição, o desperdício das riquezas naturais, as situações de conflitos mundiais, a insustentável acumulação de bens, as desigualdades sociais, são exemplos de gritos de alarme dados pelos teóricos do desenvolvimento, que atribuem ao crescimento económico o papel de assegurar a repartição mais equilibrada dos recursos para assegurar a satisfação das necessidades vitais dos homens e, assim, prosseguir a erradicação da pobreza e da miséria. Estas são formas de exclusão social que se tornam cada vez mais visíveis, a nível mundial, à medida que o crescimento económico prossegue de forma discrepante.

 

Em suma, afirmamos que um país para ser considerado desenvolvido necessita de uma população com uma estrutura etária equilibrada, diversificação de bens e serviços, circulação de capitais, investimentos, industrialização, construção de infra-estruturas (escolas, estradas, hospitais e outros serviços), dinamização cultural (cinemas, teatros, bibliotecas, museus, etc.) e desenvolvimento e dinamização do poder local com criação a  de estruturas representativas desse poder.

BIBLIOGRAFIA

Crescimento económico. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. [Consult. 2011-04-13].

www.infopedia.pt/-economico

http://www.esds1.pt/site1514/index.php?option=com_content&view=article&id=96:crescimento-economico-e-desenvolvimento&catid=42:economia&Itemid=69

http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20090317052539AAoAXYz

http://www.telegraph.co.uk/money/main.jhtml?xml=/money/2003/03/20/cnimf20.xml ENGLISH,Simon. IMF admits its policies seldom work New York: Telegraph.co.uk, 11:40pm GMT 19/03/20}}

SICSÚ, João; PAULA, Luiz Fernando; e RENAUT, Michel, organizadores. Novo-desenvolvimentismo: um projeto nacional de crescimento com eqüidade social. Barueri:Manole; Rio de Janeiro:Fundação Konrad Adenauer, 2005. ISBN 85-98416-04-5 (Manole)

(em inglês) STIGLITZ, Joseph E. More Instruments and Broader Goals: Moving Toward the Post-Washington Consensus. The 1998 WIDER Annual Lecture. Helsinki, Finlândia, 07/1/1998.

(em inglês) WANG, Shaoguang. The State, Market Economy, and Transition. Department of Political Science, Yale University

http://pt.wikipedia.org/wiki/Crescimento_econ%C3%B4mico

 

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